É notório o
crescimento tecnológico nas últimas décadas. A relação entre o humano e a
máquina tem se tornado cada vez mais próxima, alterando a cultura social, o
modo de viver, de se relacionar, de aprender e ensinar. Em contrapartida, para
acompanhar tamanhas mudanças, as pessoas precisam de constantes atualizações.
Nesta lógica, as salas de aulas precisam se transformar em verdadeiros
laboratórios complementando as experiências vivenciadas na prática de uma
organização. Daí vem a ideia de alguns pesquisadores que acreditam na
necessidade de uma organização em aprendizagem, entendida como a capacidade “em
criar, adquirir e transferir conhecimentos e em modificar seus comportamentos
para refletir novos conhecimentos e insights” como afirma Garvin, 1994.
Contudo, as empresas resistem quando o assunto é programas de formação do
capital humano. Em um primeiro momento é compreensível pelo fato de ser algo
não palpável e com resultados de longo prazo, mas esta é uma concepção inaceitável
quando se entende os benefícios e vantagens de ter uma equipe bem desenvolvida.
Algumas empresas
têm programas muito bem estruturados (teoricamente), o problema é a maneira
como esta sendo aplicado. Muitos programas trabalham para que as pessoas sejam
meros receptores de informações. Se criam soldados, ou como diz Ramos, 1983,”
...dóceis entes comportamentais”, o que não faz diferença nenhuma para um
mercado altamente competitivo.
O fato de ter
habilidade para manusear uma determinada máquina ou realizar determinada
tarefa, não fará diferença nenhuma se o indivíduo não estiver embasado no
contexto que envolve a execução desta. Criar habilidade intelectual, esta é a
deficiência! Trabalhar o indivíduo como parceiro no processo e não como mero
executor é a grande dificuldade.
O resultado de
ações teoricamente corretas, mas sem método para execução traz a tona alguns efeitos,
como por exemplo, o clássico: não se mexe em time que está ganhando. Será? Ou mesmo,
quando um funcionário tende a se destacar por sua habilidade manual e que por
estratégia pessoal resguarda todas as informações, afim de ‘supostamente’
assegurar seu emprego. O pior neste segundo caso é que as empresas ainda permitem
que isso aconteça.
O mercado clama
por profissionais com habilidades intelectuais. Não tem mais espaço para
egocentrismo e mesquinharia. O que precisa é vontade, determinação e espírito
empreendedor. Pessoas sem objetivo, sem embasamento, sem opinião, sem visão
empreendedora, sem método e principalmente sem vontade provavelmente terá uma
trajetória profissional sem valor algum.
Daise Ferrari
Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas
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